O Brasil foi reconhecido pela Fifa pelo seu posicionamento contra o racismo. A Seleção Brasileira ganhou o Fifa Fair Play, do prêmio The Best Fifa Football Awards, nesta segunda-feira (15), apor se manifestar no amistoso contra Guiné, em junho de 2023, diante dos ataques racistas sofridos pelo jogador Vinícius Júnior, na Espanha. A Seleção jogou o primeiro tempo de camisa preta.
Em 23 de maio, a Embratur publicou nas redes sociais um manifesto de combate ao racismo e modificou as cores da logomarca, que ficou em preto e branco, também em protesto. A Agência explicou, na postagem, que, com a missão de promover a imagem do Brasil no exterior, usa diversas cores “para simbolizar a diversidade, as festas e a alegria de nosso povo”. “Mas nesta semana nós queremos deixar uma única mensagem para o mundo, a de combate ao racismo. Nos próximos dias, vestiremos nossa marca de preto e branco”, anunciava a nota divulgada à época.
“Ao longo de pelo menos dois anos, o atleta Vinícius Jr é vítima de ofensas raciais em estádios de futebol e fora deles. O episódio do último domingo [21 de maio de 2023] foi o décimo. O racismo que ele sofre é estrutural e se manifesta na atuação leniente da arbitragem, dos dirigentes de futebol e das autoridades públicas. Nem mesmo a imprensa da Espanha deu o destaque devido. Todos seguem tolerando o que já passou dos limites, há tempo”, afirmou a Agência no manifesto.
No amistoso com a Guiné, a Seleção entrou de uniforme negro e, após o apito inicial, os jogadores se ajoelharam no chão. A partida terminou em 4 a 1 para o Brasil. Em 21 de maio, jogando pelo Real Madrid, Vini Jr tinha sofrido mais um de vários ataques racistas, desta vez por parte de torcedores do também espanhol Valencia.
Confira o manifesto da Embratur na íntegra:
“A Embratur tem a missão institucional de promover a imagem do Brasil no exterior. Em nossa comunicação, usamos muitas cores para simbolizar a diversidade, as festas e a alegria de nosso povo. Mas nesta semana nós queremos deixar uma única mensagem para o mundo, a de combate ao racismo. Nos próximos dias, vestiremos nossa marca de preto e branco.
Ao longo de pelo menos dois anos, o atleta Vinícius Jr é vítima de ofensas raciais em estádios de futebol e fora deles. O episódio do último domingo foi o décimo. O racismo que ele sofre é estrutural e se manifesta na atuação leniente da arbitragem, dos dirigentes de futebol e das autoridades públicas. Nem mesmo a imprensa da Espanha deu o destaque devido. Todos seguem tolerando o que já passou dos limites, há tempo.
Essa não pode ser uma luta apenas de Vinícius Júnior e de quem sofre racismo, aqui e fora do país. Precisamos cobrar, precisamos agir. O governo brasileiro corretamente trata esses crimes como uma questão diplomática. A Embaixada do Brasil na Espanha pediu explicações ao governo local, o Ministério da Igualdade Racial vai acionar o Ministério Público espanhol; o Ministério dos Direitos Humanos, a CBF e o próprio presidente Lula também manifestaram repúdio e cobraram ações efetivas.
Nós, da Embratur, reafirmamos nosso compromisso no combate ao racismo. É hora de acelerar, olharmos para dentro e fazermos mais. Criamos uma coordenadoria para promover o afroturismo como uma política de geração de emprego e renda, de resgate e valorização da história e da cultura de nossos povos ancestrais. Vamos promover ações de qualificação junto aos estabelecimentos turísticos, aeroportos e companhias aéreas para enfrentarmos o racismo no turismo. Implementamos políticas internas de recursos humanos para ampliar a diversidade racial em nossa equipe, e para garantir um ambiente de trabalho saudável.”
Por: Embratur