O ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), decidiu entregar o cargo após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposto desvio de emendas parlamentares. A saída foi articulada durante um almoço entre lideranças do União Brasil e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), realizado nesta terça-feira (9), em Brasília.
O encontro ocorreu na residência do presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda, e, segundo fontes, já estava agendado antes mesmo da denúncia vir à tona pela imprensa. A expectativa é de que Juscelino entregue ainda hoje sua carta de demissão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A defesa do ministro afirma que ele ainda não foi notificado formalmente sobre a denúncia, que não consta na consulta processual do Supremo Tribunal Federal (STF). Em nota, os advogados classificaram a divulgação como um possível retorno ao “punitivismo”, e reforçaram que o oferecimento de denúncia não implica em culpa.
Juscelino também reafirma sua inocência e diz confiar na Justiça e na imparcialidade do STF, destacando que os fatos investigados dizem respeito a emendas parlamentares destinadas quando ele ainda exercia o mandato de deputado federal, não havendo qualquer relação com sua atuação atual no Ministério das Comunicações.
Nos bastidores de Brasília, ganha força o nome do deputado federal Pedro Lucas Fernandes (MA), atual líder do União Brasil na Câmara, como possível substituto de Juscelino no comando da pasta. A movimentação abriria espaço para que Juscelino assuma a liderança do partido na Câmara em lugar de Pedro Lucas.