Impunidade: Maranhão contabiliza 40 feminicídios bárbaros em 2024 e um dos autores responde em liberdade. “Quando falamos que mulheres não estão seguras sequer em sua própria casa, é sobre isso. Joanilda foi morta em sua residência, lugar que deveria ser um espaço seguro para ela e para todas as mulheres”, lamentou a ministra.
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Joanilda, assassinada em Amarante (Foto: Rádio Web Focus Hits de Barreirinhas - MA https://portaloinformante.com.br/)
A sensação de impunidade que assola o país devido à displicência na aplicação de penas em crimes considerados graves, ou até mesmo a ausência de condenação, tem aumentado consideravelmente nos últimos anos. E, em se tratando do crime de feminicídio, os números de casos ainda a serem elucidados e sem prisão dos autores, são preocupantes.
No decorrer desta semana dois assassinatos brutais contra mulheres no interior do Estado, fez acender o alerta para aplicação das leis no Maranhão.
Joanilda Rodrigues, foi morta a golpes de faca pelo próprio marido na quarta-feira, 21, na cidade de Amarante. O principal suspeito é o marido da vítima, Wendel Silva Machado, que estava foragido mas acabou preso na última sexta, 23. O corpo da vitima foi encontrado no chão do quarto da casa onde o casal morava, com várias lesões provocadas por arma branca.
O que impressiona e causa revolta é que Wendel também havia assassinado a namorada, Carla Tayra Sousa de Oliveira, de 19 anos, a golpes de faca no dia 13 de janeiro de 2021, em Imperatriz. O corpo dela foi encontrado às margens da Avenida Pedro Neiva de Santana. Horas após o crime, a polícia localizou Wendel bebendo em um bar no bairro Bacuri.
Ao ser abordado pela guarnição, Wendel jogou a chave de uma caminhonete embaixo de um balcão e informou aos policiais que estaria de moto. Os militares encontraram a chave e, durante buscas no interior do veículo, foram encontradas manchas de sangue no painel.
“O veículo tinha pequenas quantidades de sangue no assoalho, mais precisamente no tapete do passageiro. Tudo indica que ele efetuou algum golpe dentro do veículo e posteriormente terminou de realizar o assassinato na parte exterior do carro”, informou o perito criminal Décio Carvalho na época do crime.
Mesmo com a barbárie, a Justiça decidiu que Wendel responderia ao crime em liberdade, até que o criminoso fez uma nova vítima com mesmos requintes de crueldade do primeiro crime e agora encontra-se preso.
Reação – A ministra dos Povos Indígenas, a maranhense Sônia Guajajara, se manifestou sobre a morte da indígena Joanilde Rodrigues Paulino Guajajara. A segunda vítima de Wendel era do Território Indígena Arariboia.
“Quando falamos que mulheres não estão seguras sequer em sua própria casa, é sobre isso. Joanilda foi morta em sua residência, lugar que deveria ser um espaço seguro para ela e para todas as mulheres”, lamentou a ministra.
Outro crime bárbaro – Outro assassinato chocou o Maranhão esta semana. Uma mulher chamada Dayane Monteiro Wanderley, de 26 anos, foi morta por um amigo na noite da última terça-feira, 20, em Grajaú.
O autor confesso do crime, que encontra-se preso, era amigo da vítima e frequentemente a levava e buscava de motocicleta no trabalho.
No dia do assassinato, o homem foi buscar Dayane no trabalho como de costume e durante o trajeto para a casa dela, ele parou em uma área de mata e tentou estuprá-la. A vítima resistiu e tentou se defender, mas acabou sendo estrangulada e morta. A polícia confirmou que o homem manteve relações sexuais com o corpo de Dayane após o óbito.
De acordo com a polícia, o criminoso arrastou o corpo da vítima por cerca de 10 metros até uma casa em construção, onde foi encontrado por populares.
Durante interrogatório na Delegacia de Polícia Civil de Barra do Corda, o homem confessou o crime, alegando que estava apaixonado por Dayane, mas que ela nunca correspondeu. Ele permanece preso à disposição da Justiça.
O que diz a Polícia Civil do MA – O INFORMANTE apurou junto à delegada de Polícia Civil responsável pelo departamento de feminicídio no Estado e diretora da Casa da Mulher Brasileira, Wanda Moura, que este ano de 2024, até este mês de agosto, 40 mulheres já foram vítimas desse tipo de crime no Maranhão.
Trinta e um autores desses crimes encontram-se presos, cinco estão foragidos, um responde em liberdade e três morreram e ou/ cometeram suicídio.
Punição – Esta semana, a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados aprovou projeto que aumenta as penas do feminicídio e do homicídio qualificado para reclusão de 20 a 40 anos. A proposta altera o Código Penal que hoje prevê de 12 a 30 anos de prisão.
O texto aprovado é o substitutivo da deputada Laura Carneiro (PSD-RJ) ao Projeto de Lei 2966/23, do deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB), e do PL 2474/24, apensado. No projeto original, as penas previstas eram de 21 a 40 anos de reclusão. A relatora ajustou as penas mínimas.
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