A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, falou nesta quinta-feira (18/4), em rede nacional, em alusão ao Dia dos Povos Indígenas, comemorado em 19 de abril.
A chefe da pasta destacou as políticas públicas indigenistas implementadas pelo governo do presidente Lula, como a criação do próprio ministério comandado por ela e a retomada da demarcação dos territórios indígenas. Sonia afirmou também que o Governo Federal trabalha para ter, na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP30, “a maior e melhor participação indígena na história dos acordos ambientais”. O evento será realizado em Belém, no Pará.
Sobre a luta contra o garimpo, a extração ilegal de madeira, a grilagem de terras e outras atividades criminosas em territórios indígenaas, a ministra foi taxativa. “A mensagem do governo Lula é clara: tolerância zero com o crime organizado, esteja ele onde estiver”, afirmou, ao citar a força-tarefa que destruiu aviões, lanchas, helicópteros, máquinas de dragagem, antenas de internet via satélite e demais equipamentos utilizados pelos criminosos.
Sonia Guajajara lembrou que os territórios indígenas preservam 80% de toda a biodiversidade do planeta e são as áreas onde ocorre a menor taxa de desmatamento. “Sem o nosso cuidado com o meio ambiente, a crise climática se agravaria, provocando secas, inundações, ciclones e outros eventos ainda mais severos em todo o país", disse.
A ministra enfatizou ainda a instalação da Casa de Governo, em Boa Vista, para promover a saúde e a dignidade dos Yanomami, o aumento da fiscalização nas Terras Indígenas do país, a retomada do Conselho Nacional de Política Indigenista e as metas do presidente Lula de investir em atividades sustentáveis para geração de emprego e renda.
Confira a íntegra do pronunciamento da ministra dos Povos Indígenas:
Boa noite.
Amanhã, 19 de abril, Dia dos Povos Indígenas, é o momento de celebrarmos a riqueza cultural dos 305 povos indígenas que vivem neste nosso Brasil, e que fazem parte do grande mosaico de tradições e histórias de resistência do nosso país.
Vivemos em florestas, alguns de nós em áreas isoladas, mas estamos também nas cidades. Somos médicos, educadores, advogados, cientistas sociais, prefeitos, vereadores, deputados.
Habitamos todos os biomas: Amazônia, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica, Pampa e Caatinga.
E o mais importante: cuidamos da conservação de cada um desses biomas. Os territórios indígenas preservam 80% de toda a biodiversidade do planeta. E são as áreas onde ocorre a menor taxa de desmatamento.
Sem o nosso cuidado com o meio ambiente, a crise climática se agravaria, provocando secas, inundações, ciclones e outros eventos ainda mais severos em todo o país.
Por isso, a luta contra o garimpo, a extração ilegal de madeira, a grilagem de terras e outras atividades criminosas em territórios indígenas não é uma luta apenas dos povos originários. É uma luta de cada brasileiro e de cada brasileira.
No ano passado, assistimos horrorizados à tentativa de genocídio do povo Yanomami. O governo reagiu prontamente, atuando em duas frentes.
Realizamos ações emergenciais e instalamos a Casa de Governo, em Boa Vista, para promover a saúde e a dignidade do povo Yanomami.
Ao mesmo tempo, atuamos de forma enérgica contra os criminosos que destruíram suas florestas, contaminaram os rios com mercúrio, mataram os peixes e levaram doenças e a fome aos nossos parentes.
Nossa força-tarefa contra o garimpo ilegal destruiu aviões, lanchas, helicópteros, máquinas de dragagem, antenas de internet via satélite e demais equipamentos utilizados pelos criminosos.
A mensagem do governo Lula é clara: tolerância zero com o crime organizado, esteja ele onde estiver.
Minhas amigas e meus amigos, pela primeira vez em cinco séculos, o Brasil tem um ministério para tratar das questões referentes aos povos originários. A criação do Ministério dos Povos Indígenas é um avanço histórico do governo Lula.
Mas não para por aí. Também pela primeira vez, estamos à frente da Funai e da Secretaria Especial de Saúde Indígena. E retomamos o Conselho Nacional de Política Indigenista.
No ano que vem, o Brasil sediará em Belém do Pará a trigésima conferência mundial do clima, a COP 30. Estamos trabalhando para fazer a maior e melhor participação indígena na história dos acordos ambientais.
Queremos mostrar ao mundo que é possível manter a floresta em pé e, ao mesmo tempo, investir em atividades sustentáveis, gerando emprego e renda.
O governo do presidente Lula tem como meta zerar o desmatamento da Amazônia e dos demais biomas até 2030. Para atingir esse objetivo, o governo Lula retomou a política de demarcação dos territórios indígenas.
O Brasil é um país originariamente indígena. Nossa cultura está na culinária, na língua portuguesa, em festas populares, em nomes de ruas, bairros e cidades pelo país afora.
Muitas das novas tecnologias que a humanidade, hoje, busca para salvar a Terra da emergência climática são, na verdade, parte dos nossos saberes ancestrais. Nossos cuidados com a terra, os rios, as florestas e os bichos são passados de geração em geração.
Queremos compartilhar nossos saberes, trocar experiências, para cuidarmos, juntos, do nosso país e do nosso planeta. Queremos, juntamente com cada brasileiro e cada brasileira, construir um bem-viver para todas e todos nós.
Muito obrigada.
Por: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom)